sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Por falta de apoio ao esporte Alexandre Lee pode deixar o Judô.

24.02.2009

Mogi das Cruzes - SP

Lee promete pendurar o kimono e abandonar de vez o judô.


A falta de apoio ao esporte não atinge apenas atletas no início de carreira. O experiente judoca mogiano Alexandre Lee vive meses decisivos na carreira. Após mudar de categoria e iniciar um novo ciclo olímpico, visando Londres 2012, o judoca de 31 anos tem encontrado enormes dificuldades para fechar um novo patrocinador, apesar de contar com um currículo invejável. Caso não consiga apoio financeiro até o meio do ano, Lee promete pendurar o kimono e abandonar de vez o judô.

"Acho possível chegar novamente aos Jogos Olímpicos. Mas estou sem patrocínio. Recebo apenas uma ajuda de custo do São Caetano (clube que defende). Sem recursos, serei obrigado a interromper o ciclo olímpico", lamentou.

O momento mais difícil, segundo o judoca, será no meio do ano, quando ele vai decidir se continua ou não no judô. Se optar pelo abandono, ele vai investir na carreira de administrador, já que está no último ano do curso de Administração.

A fase complicada na carreira de Alexandre Dae Jin Lee começou em setembro de 2007, logo após viver o melhor momento em sua vida, quando conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.

Ele estava pronto e preparado para disputar o Mundial, também na Cidade Maravilhosa, meses depois. Mas dias antes da competição, caiu sobre o ombro direito durante um treino, sofreu uma luxação de dois graus e foi cortado.

No início de 2008, após uma briga acirrada com Denílson Lourenço, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) optou por deixá-lo de fora dos Jogos Olímpicos de Pequim, na China.

Após os últimos resultados, o mogiano decidiu deixar a categoria ligeiro (até 60 quilos) para disputar no meio leve (até 66 quilos). Foi um recomeço em sua trajetória no esporte.

"Estava encontrando muita dificuldade em perder peso. Depois de todo o trabalho para emagrecer, chegava muito debilitado nas competições e rendia o esperado. Agora vou entrar 100% nas lutas", explicou. "A competitividade é a mesma. Mas estou começando do zero. Preciso conhecer os adversários e o estilo de luta de cada um", disse Lee, que disputou os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, sendo eliminado na primeira fase.

O principal judoca brasileiro na categoria meio leve é João Derly, primeiro campeão mundial da modalidade no País - e o único bicampeão do mundo brasileiro, além de medalha de ouro nos Jogos Pan-Americano do Rio, em 2007. "Meu foco é buscar o João. Mas antes preciso disputar as competições regionais para somar pontos no ranking", contou.

A primeira competição de Lee já tem data marcada. Ele vai disputar a Copa São Paulo de Judô, que acontece nos dias 28 e 29 de março, na sede da Federação Paulista de Judô, na capital. A disputa é o caminho mais curto para o Campeonato Paulista. O campeão já garante vaga.

Para chegar novamente à Seleção Brasileira, o judoca terá de conquistar o título no Estado de São Paulo para integrar o selecionado Paulista no Campeonato Brasileiro. Em seguida, ser campeão nacional para garantir o direito de disputar as seletivas com os principais judocas do País, sonhando em representar o Brasil na próxima edição do Campeonato Mundial, na Holanda.

Pelo menos até o meio do ano, Alexandre prefere não pensar no fim da carreira. O objetivo principal continua sendo Londres 2012. Para isso, ele mantém a carga diária de treinos no Projeto Futuro, no Ibirapuera, e no São Caetano.

Esse é Alexandre Lee, um descendente de coreanos.

Descendente de coreanos, Alexandre Lee começou no judô por iniciativa da mãe, porque "fazia muita bagunça em casa". No começo, apanhava muito. Aos poucos, foi se destacando e esteve bem perto da vaga para as Olimpíadas de Sydney-2000, mas perdeu a seletiva e viajou para a Austrália apenas como reserva.

Em 2003, para obter a chance de disputar a final da seletiva para Atenas, ele dependia de um "milagre": além de ter de vencer sua luta, precisava que seu principal adversário terminasse em terceiro. Foi exatamente o que aconteceu, e ele se classificou para decidir a vaga na melhor de três combates com Fúlvio Miyata.

Lee venceu a seletiva por 2 a 1, porém só garantiu a ida para Atenas no Campeonato Pan-Americano, em abril deste ano, na Venezuela. Na competição, acabou desclassificado na semifinal e terminou em quinto, mas com pontos suficientes para fechar o ranking internacional em quarto lugar, ao lado de Cuba.

A participação do paulista em Atenas se limitou à luta de estréia, diante do armênio Armen Nazaryan (ficou sem chance de disputar a repescagem porque seu algoz foi eliminado na seqüência pelo iraniano Masoud Haji Akhondzade). "O Lee estava muito apático. Não é característica dele perder por falta de combatividade", afirmou Ney Wilson, chefe da delegação brasileira.
Fonte: ODiario

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