23.12.2009
Rio de Janeiro - RJ
Premiação de Sarah Menezes ajuda a amenizar ano ruim para judô do país.
Sarah, porém, preferiu ressaltar que a temporada difícil foi uma excelente fonte de aprendizado.
Sarah Menezes foi a grande surpresa da noite de premiação do Prêmio Brasil Olímpico. Na votação popular, ela desbancou a nadadora Poliana Okimoto, considerada a favorita, e foi eleita a melhor atleta olímpica do país em 2009.
A escolha da judoca chega para amenizar uma temporada ruim do judô no país. Depois de anos brilhantes em 2007, com o bom desempenho no Pan-Americano e os três ouros no Campeonato Mundial, e em 2008, com as três medalhas olímpicas, incluindo a primeira feminina (de Ketleyn Quadros), nos últimos 12 meses foi difícil para o Brasil brilhar nos tatames.
A piauiense conquistou o bicampeonato mundial júnior, feito inédito no judô brasileiro. Mesmo assim, o desempenho do país na competição de menores não foi tão bom quanto na última edição.
Neste ano, os judocas verde-amarelos deixaram o torneio sub-20, em Paris, na França, com o ouro de Sarah e mais duas medalhas (bronzes de Mariana Silva e Mayra Aguiar). Em 2008, em Bangkok, na Tailândia, foram quatro medalhas, duas de ouro – o país ainda conquistou outro título, com Victor Pennalber, que acabou caçado com o doping do atleta.
Ainda assim, o Mundial Júnior foi um dos pontos altos da temporada. Considerada a principal competição do ano, o Mundial de Roterdã, no fim de agosto, foi um fiasco. Após chegar à competição defendendo três títulos mundiais e três medalhas olímpicas, o desempenho sem pódios decepcionou.
As melhores performance na Holanda foram de Sarah Menezes, Rafaela Silva e Daniel Hernandes. Os três terminaram em terceiro lugar. Duas vezes medalhista de bronze em Olimpíadas, Leandro Guilheiro não conseguiu lutar por medalhas. Nem Tiago Camilo, que disputou seu primeiro mundial por uma categoria nova – após o bronze em Pequim-2008, ele subiu de peso.
O bicampeão mundial João Derly foi um dos que mais sofreu. Ele não foi a Roterdã, por lesão muscular. Subiu de categoria e, quando disputava a seletiva para entrar na equipe em um peso diferente, sofreu uma lesão séria no joelho.
“Será difícil seguir no topo”
Sarah, porém, preferiu ressaltar que a temporada difícil foi uma excelente fonte de aprendizado. “Todos os minutos da minha vida foram dedicados ao esporte. Aprendi muito com as minhas vitórias, com a minhas derrotas e com os meus erros. Esse ano, essa premiação, é fruto de um esforço longo, fruto de muito trabalho, muita dedicação. Ganhei muita bagagem nesse ano”.
Segundo ela, o mais difícil a partir de agora será manter o status que adquiriu com as medalhas. “No judô, o favoritismo não diz muita coisa. Às vezes, você está ganhando mas dá um passo errado e, pronto, leva um ippon e perde a luta. A maior dificuldade agora é se manter no topo. Porque depois que você chega lá, para se manter é muito mais difícil, exige muito mais treino. Tem de treinar muito mais, competir muito mais, diminuir os erros”.
Bruno Doro
Divulgação: JUDÔinforme
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