16.11.2009
Rio de Janeiro - RJ
"Atleta social", Flávio Canto supera barreiras do Rio e faz caridade até em Samoa.
Judoca veterano, com 34 anos, um bronze olímpico e dez pódios em Copas do Mundo, Flávio Canto já passa a ser mais conhecido pelo seu papel como "atleta social" do que no tatame. O Instituto Reação, que leva esporte a comunidades carentes do Rio de Janeiro é famoso não só no Brasil, começando a ser visto no exterior. Tanto que Canto foi escolhido para dividir seu tempo na viagem que fará a Samoa. Originalmente ele iria apenas lutar o Grand Prix. Agora, participará da reconstrução do país, atingido por um tsunami.
Samoa, uma ilha da Oceania, foi pega de surpresa por ondas de mais de dez metros de altura, em um tsunami que deixou ao menos 20 mortos no fim de setembro. O Grand Prix de Judô, que acontece nos dias 14 e 15 deste mês, aparece como uma forma de tentar reerguer os moradores locais, que ainda lutam na reconstrução após o desastre.
"Eu ainda não sei muito bem que papel poderei ter lá. Fui procurado e claro que aceitei divulgar a competição. A ideia é que um país devastado precisa resgatar sua auto-estima", explicou Canto, que quer até levar uma câmera para poder mostrar os estragos que persistem na ilha. "Fiquei surpreso com a repercussão (do Instituto)."
Cerca de mil crianças foram afetadas pelo tsunami, já que cinco escolas ficaram avariadas com o incidente. Segundo a Federação Internacional de Judô, a expectativa é de que o GP tenha ações para reconstruir estas escolas.
"Claro que eu vou lá para lutar e ganhar pontos no ranking. Mas gostei da ideia de ir para Samoa depois de tudo isso que aconteceu", afirmou o lutador da categoria -81 kg, medalhista de bronze em Atenas-2004.
Canto não tem problemas em dividir o tempo entre o tatame e a caridade. Até porque esta é sua rotina nos últimos anos, com a criação do Instituto Reação. Em Samoa, inclusive, ele terá ao lado a pupila Raquel Silva. "Não sabia se teria tempo de isso acontecer. Hoje viajo com os atletas do projeto e já posso sonhar em estar com eles em Londres-2012. Estou numa fase muito gostosa."
No Rio, ele tem como horário "sagrado" o de treinos. São cerca de duas horas e meia pela manhã e mais duas horas à tarde. No momento que estaria descansando, no entanto, parte para as reuniões e outras atividades de gestão que precisam de sua presença, apesar de hoje já existirem outros responsáveis pela parte burocrática. Para completar, ainda dá aulas para os jovens atendidos.
"O projeto tem crescido muito. Você acha que vai ficar mais fácil, mas fica mais difícil. Mas estou numa fase em que me sinto muito bem. Meus melhores resultados vieram depois do Reação, e a energia que gasto com ele é menor do que o que recebo em troca", explicou ele. "Eu me sinto espiritualmente mais forte, este é o meu mantra."
Divulgação: JUDÔinforme
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