19.07.2009
São Paulo - SP
De grande destaque do judô verde-amarelo, ela amarga uma má fase em 2009
Ketleyn Quadros vive a fase mais complicada de sua carreira. Desde agosto do ano passado, ela é a grande estrela do judô feminino brasileiro. Em Pequim-2008, conquistou a medalha de bronze, primeiro pódio olímpico de uma brasileira em competição individual. Desde então, porém, as vitórias sumiram.
De grande destaque do judô verde-amarelo, ela amarga uma má fase em 2009 que já incomoda. Desde as Olimpíadas, ela só venceu duas lutas pela seleção brasileira feminina. A primeira foi em junho, na Copa do Mundo de Madri. Na Espanha, ela venceu Ana Maria Ribas por um yuko (de punições) e terminou a competição em 7º lugar.
A segunda vitória veio no último fim de semana, em casa. Na Copa do Mundo de Belo Horizonte, a judoca brasiliense de 21 anos bateu a também brasileira Kateherine Campos por ippon, para terminar em quinto lugar na competição brasileira.
"Não vou falar que estou feliz, porque não estou. Nenhum atleta gosta de sair do país para competir e só vencer duas vezes. É uma má fase que mostra que alguma coisa está errada. E eu estou procurando o que está errado", diz Ketleyn.
A lista de torneios sem vitória é mais longa. Ela perdeu na estreia dos Grand Slams de Paris e Rio de Janeiro. Também foi superada em sua primeira luta na Copa do Mundo de Lisboa.
"Todo atleta tem altos e baixos, ainda mais no judô, que é um esporte tão complicado. Eu estou perdendo nos detalhes e agora vou trabalhar para que esses detalhes me ajudem. Para isso, vou procurar ajuda de técnicos e profissionais que possam me tornar ainda mais forte", analisa a judoca.
Ketleyn, inclusive, já fala em procurar até mesmo um psicólogo para ajudar a recuperar a confiança. "Trabalhar essa parte psicológica é importante e é algo que, já na próxima semana, eu vou começar a trabalhar. Uma coisa que eu sei é que não dá para resolver tudo agora. Eu tenho de buscar os pontos negativos e tentar superar todos eles. Só assim a má fase vai embora".
Enquanto isso, ela vê uma jovem de apenas 17 anos aparecer como a grande favorita para a vaga da categoria leve (57 kg) no Mundial de Roterdã, na Holanda, no final de agosto. Rafaela Silva, atleta do projeto social coordenado por Flávio Canto, é a grande sensação do judô brasileiro na temporada.
Campeã mundial júnior no ano passado, a judoca carioca venceu a Copa do Mundo de Madrid, junho, e terminou em terceiro lugar no Grand Slam do Rio de Janeiro, na semana passada, e na Copa do Mundo de BH. Em Minas, inclusive, ela venceu Ketleyn na decisão pela medalha.
O quadro é muito parecido com o de 2008. Na época, o grande nome da categoria leve no judô feminino brasileiro era a santista Danielle Zangrando, medalhista de ouro no Pan do Rio e primeira brasileira a conquistar uma medalha para o Brasil em mundiais. A veterana, porém, foi à Europa contundida e não conseguiu bons resultados.
Ketleyn, por sua vez, mostrou força na Europa e, mesmo desconhecida e inexperiente, conquistou um quinto lugar na Super Copa do Mundo de Moscou. Com isso, foi a escolhida pela comissão técnica da seleção brasileira para lutar em Pequim. Na China, surpreendeu e ficou com a medalha de bronze.
"É exatamente a mesma história. Todas as atletas da seleção tiveram oportunidades iguais para conseguir resultados e eu sei que a Rafa foi melhor do que eu. Eu não perco a esperança de lutar o Mundial, já que a comissão técnica vai analisar mais critérios, não só os resultados. Mas eu sei que, pelo menos nessa área, ela está melhor do que eu", completa a medalhista olímpica.
A grande ameaça para a vaga de Ketleyn Quadros no Mundial de Roterdã é a mais nova das irmãs SIlva, Rafaela (à direita). Aos 17 anos, ela a grande estrela do projeto Reação, do medalhista olímpico Flávio Canto. O projeto social tem núcleos em comunidades carentes do Rio de Janeiro. As duas irmãs (a outra é Raquel, de 20 anos) saíram do núcleo da Cidade de Deus.
"Elas são as principais estrelas do Reação. Treinam desde o início, com o meu técnico (Geraldo Bernardes). É surpreendente ver como elas se desenvolveram rápido", orgulha-se Canto, que está na seleção e também tem um judoca da nova geração em seu caminho: Guilherme Luna, que o venceu na Copa do Mundo de BH.
A seleção para o Mundial de Roterdã será anunciada no dia 21, no Rio de Janeiro.
Fonte: JUDÔinforme
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário